quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Abordagem Centrada na Pessoa

A abordagem centrada na pessoa (ACP) se insere na corrente humanista da psicologia com o intuito de trazer um novo olhar acerca do que é o ser humano, sobre a qual será criada uma nova forma de terapia: a terapia centrada na pessoa.
Seu proponente é o teórico Carl Rogers (1902-1987), um psicólogo norte-americano que apoiou seu trabalho em sólidas pesquisas e observações no contexto clínico (MIRANDA, 2013).
Sua forma de praticar psicoterapia criou um novo sentido de valorização do cliente. Rogers aboliu o termo “paciente” para evitar a conotação de doença e passividade – quanto da própria relação terapêutica, sobre a qual pesava uma hierarquização rígida de papéis (MESSIAS & CURY, 2015).
Contrariando as ideias de outras abordagens, a (ACP) não concentra-se na ideia de que todo sujeito possui uma neurose básica, mas de acordo com Carl Rogers, o núcleo básico da personalidade humana era a tendência à saúde e ao crescimento.
A partir desse pressuposto, o processo psicoterapêutico passou a postular uma cooperação entre terapeuta e cliente a fim de liberar esse núcleo de personalidade, estimulando ao amadurecimento emocional, a redescoberta da auto-estima e da auto-confiança.
Na Abordagem Centrada na Pessoa é necessário para que haja a descoberta do núcleo positivo de cada sujeito, 3 pressupostos básicos e simultâneos que acontecem para que o relacionamento entre terapeuta e cliente ocorra: aceitação positiva incondicional, empatia e congruência.
A aceitação positiva incondicional é caracterizada como um modo de aceitar a pessoa tal como ela é, sem juízos de valor ou críticas.
De acordo com o conceito trazido por Carl Rogers (1997 apud MIRANDA, 2013): “é quando o terapeuta considera não somente o material positivo e negativo, o ativo e o passivo, trazido pelo cliente, mas também a configuração particular que esse material apresenta no momento da entrevista”
A congruência pretende indicar o estado de coerência ou acordo interno e de autenticidade de uma pessoa, a qual se traduz na sua capacidade de aceitar os sentimentos, as atitudes, as experiências, de se ser genuíno e integrado na relação com o outro (MIRANDA 2013).
Por fim, empatia significa entrar no mundo do outro, e sentir-se totalmente confortável nele.
A Abordagem Centrada na Pessoa, como é sugerido pelo próprio nome, tem a pessoa como centro das preocupações, como um fim básico. A pessoa é o que existe de mais importante, portanto esta abordagem defende, fundamentalmente, o respeito ao ser humano. A teoria rogeriana da personalidade tem como postulado fundamental a tendência atualizante. Para Rogers (1977), todo organismo teria uma tendência para desenvolver suas potencialidades de forma positiva, uma vez que todo ser humano tem um potencial natural de crescimento pessoal que lhe é inerente e que se desenvolverá a partir do momento em que lhe sejam proporcionadas as condições psicológicas adequadas (MOREIRA, 2007).
Vale salientar ainda que, para esse método psicoterapêutico é necessário que o próprio terapeuta passe pelo amadurecimento, pois ele não deverá se apropriar de alguma técnica, e sim, vivencia-la a tal ponto que seja próprio e natural o seu agir. Sendo assim, não existe uma técnica “rogeriana”, mas terapeutas que se assemelham a conduta postulada por Rogers (MIRANDA, 2013).

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