quarta-feira, 14 de março de 2018

Da entrevista de pesquisa à entrevista clínica: Do conteúdo ao processo.

 A entrevista ficou conhecida por integrar a lista de instrumentos utilizados em coletas de dados nas ciências sociais, inclusive na psicologia. Quando usada somente como instrumento de pesquisa, os cuidados metodológicos, que se tomavam, visavam somente garantir a validade dos dados obtidos, pois, é pelos dados obtidos que a entrevista é explorada e avaliada na pesquisa.
 Quando recentemente a entrevista foi adotada com objetivos clínicos, passou a ser abordada sob outro prisma: processo de interação e intervenção. Entretanto, atualmente em psicologia clínica, a entrevista é entendida e explorada em duas dimensões: conteúdo ou coleta de dados e processo.
 A entrevista enquanto conteúdo, refere-se ás informações específicas que se procura obter ao se realizar uma entrevista, lembrando que ela é um instrumento de relato verbal e que, portanto, as análises e críticas que recebe, geralmente, são  as mesmas que se aplicam ao instrumentos desse tipo.
 O instrumento eleito, principalmente pela análise experimental do comportamento foi a observação direta, mesmo revelando uma série de limites em sua utilização, tais como: dificuldades para avaliar comportamentos de frequência baixa; demanda muito tempo, custos altos, o que poderia tornar inviável; difícil aplica-la a comportamentos íntimos, etc.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Relatório de Intervenção Institucional

1. INTRODUÇÃO

A instituição escolar, assim como a família tem apresentado algumas queixas com problemas escolares apresentados pelos alunos. Diante disso se faz necessário investigar os aspectos que possam estar contribuindo para essa problemática a fim de intervir para que nós enquanto futuros psicólogos possam contribuir para um melhor funcionamento institucional.
Portanto, presente trabalho consiste num relato descritivo da análise e intervenção de uma instituição, onde a experiência do estágio foi realizada em uma Escola de ensino privado do Município de João Pessoa, PB, realizado a partir da proposta da disciplina de estágio supervisionado I, do curso de graduação em Psicologia Clínica da Faculdade Maurício de Nassau de João Pessoa. Foram entrevistados o gestor da instituição, a psicóloga e dois alunos, com  o intuito de saber a importância do exercício do psicólogo na escola.
Foram entrevistados o gestor da instituição, a psicóloga e dois alunos, com  o intuito de saber a importância do exercício do psicólogo na escola.
A relevância deste trabalho oportuniza aos graduandos a experiência e o conhecimento teórico da atuação do psicólogo no âmbito escolar.

2. JUSTIFICATIVA

A escolha do cenário escolar foi feita, a partir do momento em que foi visto a necessidade de salientar a importância do psicólogo escolar, com o intuito de elucidar a atuação do mesmo na área, visto, que muitos pais de alunos, alunos e até professores, acabam se equivocando a respeito do exercício do profissional na instituição, que por vezes, acaba sendo colocado para realizar outras funções, deixando de lado seu posto de psicólogo.
Nesta perspectiva, é importante presumir a atuação desse profissional, que caracteriza-se por uma ação  preventiva e relacional que valoriza a participação do professor e o cuidado com sua saúde psíquica. A Psicologia Escolar tem, hoje, o desafio de ampliar seu campo de atuação para outros contextos e níveis educativos e sistematizar ações diferenciadas que promovam o desenvolvimento e a aprendizagem dos envolvidos no cotidiano escolar.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO ESTÁGIO

3.1 Fundamentação teórica da psicologia institucional:

É sabido que a Psicologia, como atividade profissional, tem seu grande foco de reconhecimento nas práticas clínicas e, embora historicamente o psicólogo brasileiro tenha esse como seu maior campo de atuação e reconhecimento social, pesquisa do Conselho Federal de Psicologia realizada em 1988 colocava a Psicologia organizacional como a segunda maior área de atuação dos profissionais (CFP, 1988). Em 2000, a prática denominada organizacional ou do trabalho foi tida como 3ª área de atuação, com 12,4% de profissionais (WHO & CFP, 2001).
Dados como esses demonstram o importante espaço que ocupam as práticas de Psicologia organizacional e do trabalho (POT) no contexto da profissão e justificam a necessidade de maiores esforços investigativos nessa área. No aspecto evolutivo, a prática da Psicologia nas organizações desenvolveu-se a partir do início do século XIX, sob o nome de Psicologia industrial, sendo definida como “o estudo do comportamento humano nos aspectos da vida relacionados com a produção, distribuição e uso dos bens e serviços de nossa civilização” (Tiffin & McCormick, 1975, p.3), dedicando-se à aplicação dos conhecimentos no comportamento humano para a solução dos problemas no contexto industrial.
De acordo com Schein (1982), a Psicologia organizacional pode ser reconhecida como um campo de atuação interdisciplinar que procura compreender os fenômenos organizacionais que se desenvolvem em torno de um conjunto de questões referentes ao bem-estar do indivíduo, já que, segundo o autor, as organizações são sistemas sociais complexos. Na década de 90, Goulart e Sampaio (1998, p.13) definem a Psicologia organizacional como “campo de aplicação dos conhecimentos oriundos da ciência psicológica às questões relacionadas ao trabalho humano, com vistas a promover a saúde do trabalhador e sua satisfação em relação ao trabalho”.
Em 2003, Garcia, Valdehita e Jover analisam diversas definições do tema e afirmam que: A Psicologia do trabalho é uma disciplina ao mesmo tempo teórica e aplicada, que busca, mediante o uso de conceitos, modelos e métodos procedentes da Psicologia, descrever, compreender, predizer e explicar o comportamento laboral de indivíduos e grupos, assim como os processos subjacentes ao mesmo. Objetiva ainda a intervenção, tanto sobre a pessoa como sobre o trabalho, com o propósito de melhor satisfazer as necessidades dos trabalhadores, sem nunca se esquecer de incrementar os benefícios e rendimentos da empresa.
Conforme Ghiraldelli (2000), com o advento da globalização e em razão do vínculo estreito com as atividades administrativas, a Psicologia organizacional e do trabalho (POT) passou por várias transformações em busca do desenvolvimento da produtividade do trabalhador e do seu bem-estar. Atualmente, os profissionais da referida área caminham para uma atuação psicossociológica, orientados por uma visão ampla e dinâmica da organização dentro da sociedade.
Em uma tentativa de esclarecimento, Campos (2008) apresenta as principais diferenças de atuação nas três áreas nomeadas acima. Para ele, o psicólogo industrial tinha o foco em recrutamento e seleção, especialmente com o auxílio dos testes psicológicos, e preocupavase com a produção, enquanto as relações entre os funcionários e a empresa e entre os grupos de funcionários não eram observadas. A atuação do psicólogo organizacional ainda era direcionada para o aumento da produtividade e da eficiência, além das avaliações das habilidades dos funcionários. Esses profissionais ainda não tinham uma clareza quanto à visão do homem nas organizações, tampouco o próprio conceito de trabalho. Já o psicólogo do trabalho tem como principal objetivo compreender esse homem que trabalha e as implicações do seu trabalho no cotidiano e resgatar a dignidade humana nas relações trabalhistas.
Pode-se dizer que na atualidade as áreas de atuação são muitas e bastante variadas, pois, com o passar dos anos, cresceu enormemente o campo de atuação desse profissional. Para Garcia Valdehita, e Jover (2003), buscando acompanhar as rápidas e importantes mudanças no contexto laboral, a Psicologia organizacional se viu obrigada a aplicar seus conhecimentos em uma ampla gama de áreas e problemas relativos ao trabalho. Vê-se que, no início das atividades da hoje chamada de Psicologia organizacional e do trabalho (POT), havia ênfase na avaliação e na seleção de pessoal. Posteriormente, os fatores relacionados aos interesses e às motivações dos empregados, bem como à sua satisfação, ampliaram o campo de atuação para um foco dito mais organizacional. Na sequência, tal prática se estende ao desenho de sistemas e equipes que gerem maior índice de segurança, saúde, conforto e produtividade. Atualmente, é possível encontrar esse profissional envolvido com práticas de saúde mental no trabalho, ou ainda, estabelecendo planos de formação e desenvolvimento de pessoal, estudando problemas laborais como redução de estresse, absenteísmo e aposentadoria ou modos de inserção de pessoas com deficiência em postos adequados de trabalho, entre outros.
Em suma, o papel do psicólogo dentro das organizações é atuar como facilitador e conscientizador do papel dos vários grupos que compõem a instituição, considerando a saúde e a subjetividade dos indivíduos, a dinâmica da empresa e a sua inserção no contexto mais amplo da organização. As atividades exercidas dentro desse papel, que são fundamentadas em técnicas e instrumentos da Psicologia e relacionadas à díade homem & trabalho, podem trazer desenvolvimento para a empresa, o trabalhador e a sociedade (Orlandini, 2008).

3.2 Fundamentação teórica/específica da instituição:

O entrelaçamento entre a Psicologia e a Educação trouxe, para o contexto educativo, um novo profissional: o psicólogo escolar. Entretanto, definir o papel deste profissional e estabelecer seu campo de atuação é uma tarefa complexa, apesar de extremamente necessária, uma vez que co-existem posicionamentos diferentes acerca do que é a Psicologia Escolar. González Rey (1997) e Mitjáns Martínez (2003) apontam que tais diferenças encontram suas raízes na fragmentação da Psicologia, do conhecimento e, consequentemente, do indivíduo, em áreas ou partes segmentadas. Tal fragmentação se reflete no debate do que se entende por Psicologia Escolar e sobre quais são as características que a distingue de outros campos e áreas da Psicologia.
Tentando esclarecer tais colocações, Mitjáns Martínez (2003) aponta que “a psicologia escolar é, de fato, a expressão da psicologia (na sua dupla condição de produção científica e de trabalho profissional) no contexto escolar”. Nesse sentido, a Psicologia Escolar se refere à Psicologia na escola, com todas as suas possibilidades e implicações no que diz respeito ao processo educativo.
Representando uma intersecção entre a Psicologia e a Educação, o termo Psicologia Escolar se confunde, muitas vezes, com Psicologia Educacional ou Psicologia da Educação. Em relação a estas terminologias, acredita-se, assim como Araújo (2003), que a confusão ocorre em decorrência de concepções dicotômicas entre prática e teoria que atribuem à Psicologia Escolar o caráter prático e à Psicologia da Educação ou Educacional a função da construção de conhecimentos que possam ser úteis ao processo educacional.
Essa distinção que separa teoria e prática traz, como consequência, uma dissociação entre o exercício profissional do psicólogo na escola e as elaborações teóricas necessárias a tal exercício. Discordando desta visão dicotômica acredita-se que a Psicologia Escolar define-se como um campo de produção de conhecimentos, de pesquisa e de intervenção e que, entre outras atribuições, assume um compromisso teórico e prático com as questões relativas à escola e a seus processos, sua dinâmica, resultados e atores (MARINHO-ARAÚJO; ALMEIDA, 2005).
Nesse sentido, a Psicologia Escolar é entendida como um campo de atuação profissional do psicólogo e, também, de produção científica, caracterizado pela inserção da Psicologia no contexto escolar, sendo que o objetivo principal deste campo é mediar os processos de desenvolvimento humano e de aprendizagem, contribuindo para sua promoção.  Mitjáns Martinez (2003) conceitua a Psicologia Escolar como um campo de atuação profissional do psicólogo (e eventualmente de produção científica) caracterizado pela utilização da Psicologia no contexto escolar, com o objetivo de contribuir para aperfeiçoar o processo educativo, entendido este como complexo processo de transmissão cultural e de espaço de desenvolvimento da subjetividade.
Dessa forma, a autora aponta que a especificidade do que se denomina Psicologia Escolar está dada, hoje, pela conjunção de dois elementos: por seu objetivo de contribuir para a promoção do processo educativo e pelo espaço de sua atuação, qual seja o das instituições do sistema escolar, sendo que essas delimitam um espaço que não se reduz à escola, apesar deste ser o espaço fundamental de atuação profissional.
Em relação ao contexto de atuação, alguns autores consideram que o psicólogo escolar se define independentemente do espaço profissional que possa ocupar, enquanto outros assumem que a escola é o espaço preferencial e específico de sua atuação. Meira (2000) e Tanamachi (2000), por exemplo, defendem que o espaço de atuação do psicólogo escolar se estende para outros contextos profissionais que não necessariamente a escola, uma vez que entendem que o psicólogo escolar se define como tal por estar inserido na Educação e não propriamente na escola. Nesse ponto de vista a Psicologia Escolar “enquanto área de estudo e de aplicação dos conhecimentos da Psicologia à Educação escolar efetiva-se menos pela ocupação de um espaço específico – a escola – do que pela definição de objetivos e finalidades” (TANAMACHI, 2000).
Por outro lado, Araújo (2003) e Marinho-Araújo e Almeida (2005) discordam das posições que sustentam não ser a escola o espaço preferencial e específico de atuação do psicólogo escolar. A identidade do psicólogo escolar constitui-se “a partir da imersão na escola, enquanto espaço institucional de efetivação concreta da condição humana dos sujeitos participantes e enquanto locus privilegiado para a ocorrência do processo de canalização cultural” (ARAÚJO, 2003).
A identidade do psicólogo escolar e a especificidade de sua atuação são dadas, sobretudo, pela configuração de um campo de atuação profissional, e não por um campo de saberes delimitado por uma abordagem teórica e/ou metodológica. Em sua atuação profissional o psicólogo escolar utiliza múltiplos e diversos conhecimentos, organizados em diferentes áreas da Psicologia, para contribuir com os processos de aprendizagem e de desenvolvimento que ocorrem no contexto escolar (MITJÁNS MARTINEZ, no prelo). Ademais, a especificidade da Psicologia Escolar advém da articulação que o profissional faz dos diversos conhecimentos psicológicos na direção de mediar as relações entre aprendizagem e desenvolvimento que têm lugar no contexto escolar.
Tendo essa discussão como pano de fundo, assume-se que a escola é o contexto principal de atuação do psicólogo escolar, apesar de não se configurar como o único, uma vez que atuações relevantes em Psicologia Escolar têm se desenvolvido em outros contextos educativos, como é o caso de creches (CAMPOS, 2001; SAYÃO; GUARIDO, 1997; VECTORE; MAIMONE, 2007; YOKOY; PEDROZA, 2005), cursinhos pré-vestibulares (LIMA, 2005; MAYNHONE, SANTOS; MARINHO-ARAÚJO, 2007; SILVA, COSTA; FERREIRA, 2005; SILVA, RAMOS; NEVES, 2005) e Organizações Não Governamentais - ONGs (CARVALHO, 2007; DADICO, 2003; SOARES, 2008).
Pelo exposto, evidencia-se que a atuação da Psicologia Escolar relaciona-se com contextos de natureza educativa nos quais os processos de aprendizagem e de desenvolvimento humano, e a relação que se estabelece entre eles, são tidos como foco do trabalho. A intervenção desencadeada pelo profissional da área volta-se, essencialmente, para a mediação desses processos com o objetivo precípuo de promovê-los.

3.3 Caracterização do modelo diagnóstico (qual livro utilizou);

Para prevenir a violência interpessoal, já é quase consenso entre profissionais de que agir sobre o problema identificado isoladamente pode não ser eficaz, é necessário, além de atuar nos diferentes níveis (jovem, família e escola), contar com um espectro amplo de possibilidades de ações, como, por exemplo: satisfazer necessidades básicas dos alunos, criando ambientes cooperativos, estimulando relações positivas (amizades) e oferecendo modelos não agressivos de resolução de conflitos. Também é importante trabalhar com os pais e jovens a partir de psicoeducação focal e/ou tratamentos clínicos individuais (Gajardo, 2009). As escolas devem ser capacitadas para realizar encaminhamentos adequados de crianças identificadas como vítimas e agressoras para clínicas-escola ou consultórios psicológicos particulares.
Trabalhos com pais e a comunidade, em geral, podem focalizar em estímulo e treinamento de formas saudáveis de resolução de conflitos interpessoais. Programas de mediação entre pares e protagonismo juvenil, partindo da ideia de que os alunos são sujeitos ativos nesse processo de mudança para a convivência pacífica e não violenta, também têm sido utilizados (Gajardo, 2009; Horne et al., 2004).
Sobretudo, é importante fomentar a capacidade de resiliência desses jovens. A resiliência, entendida como um processo que só pode ser verificado na presença de riscos (bullying), consiste em desenvolvimento adaptado, positivo e saudável de qualquer indivíduo frente a adversidades em seu desenvolvimento e pode ser estimulada (Koller e Lisboa, 2007). Fatores de risco individuais para o bullying foram apontados em estudos referidos neste artigo e, assim, o estímulo à capacidade de resiliência implica em fortalecer essas crianças em termos de autoestima, dificuldades de controle dos seus impulsos e de expressão da agressividade.
Distorções cognitivas acerca dos estímulos agressivos e concepção de status social dentro de um grupo (popularidade) podem levar crianças a agredirem ou permitirem serem agredidas (Crick e Dodge, 2000). Do mesmo modo, a participação contínua em episódios de bullying gera distorções nas concepções de emoções e desenvolvimento moral. Tratamentos clínicos individuais podem auxiliar no tratamento dessas distorções, ao proporcionar uma ressignificação no sistema interpretativo dessas crianças. Trabalhos junto às escolas, pais e comunidade também podem debater e evitar a banalização de valores morais importantes à convivência pacífica em grupo.

4. PLANO DE ESTÁGIO BÁSICO

4.1 Identificações dos alunos

Gabriela Casimiro de Oliveira - 03019880
Girlanne de Almeida Figueredo - 03018862
Mariane da Silva Almeida - 03021138
Roberta Renally de A. Medeiros - 03019543

4.2 Identificação do local

Nome da entidade: Maurício de Nassau, JP.
Endereço: Av. Pres. Epitácio Pessoa, 1201 - Bairro dos Estados, João Pessoa - PB, 58030-000.

4.3 Identificação do supervisor acadêmico

Nome: Sócrates Pereira
CRP: 13/5397

4.4 Período de estágio 

DATAATIVIDADELOCALHORARIO

01/11/2017Entrevista com a coordenadora da escola.
Escola                  
14h: 30min
07/11/2017Entrevista com os alunos.
Escola
09h: 00min
17/11/2017Entrevista com a psicóloga.
Escola
10h: 00min

4.5 Estrutura e funcionamento da organização

HISTORICO DA ORGANIZAÇÃO:

A escola surgiu como referência em 2001, através do professor Roberto, no qual, enfrentou alguns períodos difíceis no início, mas que por fim, conseguiu reerguer a escola junto aos seus filhos. Inicialmente, a escola começou a crescer através de cursinhos, dando início ao pré-vestibular e ao ensino médio, após analise de estudo do mercado, foi percebido a necessidade de inserir a educação infantil e fundamental, a qual fazem 4 anos que foi inserido o ensino educacional infantil.
Em 2017, a escola completa 16 anos de história; sua primeira unidade surgiu no ano de 2001 no bairro do Centro, e entre 2006 e 2011 surgiram mais 3 unidades, duas no Cristo Redentor e uma no bairro do Bessa. Hoje, somando todas as unidades, pode-se afirmar que já estão entre as maiores instituições de ensino privadas da Paraíba.

ORGANOGRAMA

                           DIRETORA 

                                   

COORDENADORES PEDAGÓGICOSSECRETARIA                
                                                    PSICÓLOGA

PROFESSORES

   ALUNOS

FILOSOFIA DA INSTITUIÇÃO:

Ensino único, forte e de qualidade.

OBJETIVOS DA INSTITUIÇÃO:

Tem como foco o desenvolvimento integral dos educandos, em seus aspectos: físico, psicológico, intelectual e social, a escola realiza um trabalho eficaz com a equipe pedagógica que  participa ativamente das capacitações e reuniões, para que possa proporcionar aos alunos momentos instigantes, únicos, de crescimento e desenvolvimento de suas potencialidades.
RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS:

A escola dispõe de projetos, palestras, materiais didáticos, aulões, teatro e oficinas que englobam uma coordenação pedagógica bastante eficiente.
CLIENTELA E RAMO DE ATIVIDADES:

A escola está preparada para receber crianças que desde 1 ano e 8 meses de idade até o cursinho preparatório para o ENEM.

5.0 RELATÓRIO DAS VISITAS E DISCUSSÃO DAS ENTREVISTAS REALIZADAS

01 novembro de 2017:

Autorização junto à coordenação da escola para dar início à realização da intervenção. Toda a equipe da instituição foi bastante receptiva, colocando-se a disposição e abrindo as portas da escola para o nosso trabalho.
O ponto de partida do nosso trabalho deu-se início com uma entrevista simples a duas alunas da instituição, onde, foi perguntado para as duas se já tinham frequentado algum psicólogo, ou se já tinham sido encaminhadas pela escola. A aluna 1, relatou que já faz psicoterapia desde muito cedo, mas que nunca frequentou o psicólogo da escola, enquanto a aluna 2, nunca teve contato com nenhum psicólogo, mas deixou evidente o reconhecimento da importância do profissional na vida cotidiana.
Perguntamos se ambas tem conhecimento da atuação do psicólogo no contexto escolar e se acham importante para melhor desenvolvimento da instituição como um todo. A aluna 1, respondeu que acha muito importante, pois o psicólogo se torna um amigo para confiar, até porque, muitas pessoas não têm acesso a este profissional fora da escola, entretanto, ficou claro que ela não tinha o real conhecimento da atuação do psicólogo no contexto escolar. A aluna 2, como foi dito antes, deixou claro que acha importante manter algum tipo de contato com o psicólogo, mostrou mais domínio de conhecimento relacionado a atuação do mesmo, quando descreve que o papel do psicólogo na escola é avaliar o que está atrapalhando o aprendizado do aluno, investigar família, questões de saúde, entre outro.
Ao dar continuidade com a entrevista, questionamos se as duas sabiam da existência do psicólogo na escola, como os colegas veem o psicólogo da instituição e se conhecem algum outro aluno da escola que já o frequentou. A aluna 1, falou que não tinha conhecimento do psicólogo da instituição até então, que a maioria dos alunos veem a ida ao psicólogo como um caso extremo e que não conhecia ninguém q já tinha frequentado. A aluna 2, falou que sabia da existência do psicólogo, que alguns amigos já tinham ido, mas deixou claro que a aceitação dos alunos da escola ainda precisava melhorar, até porque, muito não sabem qual a real função do psicólogo escolar.
Para terminar a entrevista, perguntamos se a escola dá acesso do psicólogo aos alunos e o que poderia ser feito para melhorar o preconceito por parte dos alunos a frequentarem um psicólogo. As duas alunas responderam que, a escola dá acesso ao psicólogo sempre que necessário, e que deveria apresentar o psicólogo em todas as salas explicando a função do mesmo para quebrar o preconceito existente.

07 de novembro de 2017:

Na segunda visita à escola, a entrevista foi feita com a coordenadora, que por sinal, foi bastante gentil e cordial. Foi realizada uma entrevista para obtenção de informações acerca da instituição escolar. Foram discutidos assuntos relacionados à atuação da equipe interdisciplinar, dificuldades enfrentadas pelos colaboradores e usuários da instituição, a visão da escola e alunos referente à atuação do psicólogo escolar, dificuldades enfrentadas pelo psicólogo dentro da instituição, o que a escola espera do papel do profissional, demandas frequentes dos alunos e como é feita a intervenção entre pais, alunos e instituição.
A entrevista deu-se início com o histórico da escola, onde ela relatou que a escola surgiu como referência em 2001, através do professor Roberto, no qual, enfrentou alguns períodos difíceis no início, mas que por fim, conseguiu reerguer a escola junto aos seus filhos. Inicialmente, a escola começou a crescer através de cursinhos, dando início ao pré-vestibular e ao ensino médio, após analise de estudo do mercado, foi percebido a necessidade de inserir a educação infantil e fundamental, a qual fazem 04 (quatro) anos que foi inserido o ensino educacional infantil.
O trabalho da equipe interdisciplinar é bastante flexível e ponderado em relação às orientações de melhorias dadas pelo psicólogo, para um melhor desenvolvimento global da instituição.
O papel do psicólogo é visto pela instituição como peça fundamental para resolução de problemas de aspectos sociais, que vão desde convivência até as mais complexas necessidades. Já para parte dos alunos, o psicólogo é uma figura que causa receio, pois, ainda há o estigma de que quem frequenta o psicólogo é “doido”. Por outro lado, alguns alunos reconhecem a importância do trabalho do psicólogo escolar.
Os professores, bem como os gestores têm dificuldades em identificar problemas de ordem cognitiva, comportamental e emocional, que possivelmente venham atrapalhar o desenvolvimento do aluno. Entretanto, os alunos sentem dificuldade na compreensão de questões individuais de seus colegas, o que acarreta no bullying e preconceito. Desta forma, constatou-se que a demanda principal da escola é referente ao bullying.
A principal dificuldade enfrentada pela psicóloga da escola é a grande quantidade de alunos, visto que não há uma carga horária fixa, pois ela atende em três unidades da instituição. Vale salientar que a resistência dos pais dificulta ainda mais a intervenção do psicólogo, pois muitas vezes os pais não comparecem às reuniões marcadas, visto que esta é a forma de fazer a ponte entre instituição, pais e alunos.

17 de novembro de 2017:

No terceiro e último dia, a entrevista foi feita com a psicóloga que chegou até a escola por meio de um convite frente às necessidades percebidas através do dono da instituição que objetiva coletivizar práticas de formação com qualidade para todos, valorizando o trabalho da equipe e construindo relações saudáveis entre escola, aluno e família; de forma ética e profissional. Pois é o psicólogo que vai conseguir conduzir diversas situações de várias formas, principalmente com intervenções de ensino-aprendizagem.
Quando questionada sobre o papel do psicólogo escolar, ela salienta que é fundamental ter compromisso e compreender o cenário escolar para se construir uma escola participativa, onde seja possível solucionar as demandas através das implicações de todos envolvidos: escola, profissional, aluno e família. Também vale ressaltar que chegam várias demandas familiares que é preciso ouvi-las para entender o que o aluno e sua família estão passando, e aí fazer o encaminhamento sem maiores intervenções. Deixando claro que o diferencial desse profissional em instituições escolares é que ele não faz atendimento clínico na unidade de ensino e, é por isso que muita gente confunde a presença desse profissional na escola.
Quando o aluno é encaminhado para a psicóloga por motivos de comportamento ou cognição, é preciso fazer observações daquele aluno em sala de aula, em recreação e  no ambiente familiar. Daí então produz-se um relatório para depois conversar com os pais ou responsável, que inclusive podem também trazerem a demanda. Em conjunto com a escola a família decide o que vai ser melhor para o aluno, e qual o melhor entendimento para sanar aquele problema. Em alguns casos é feita análise de laudos dos alunos com necessidades especiais que precisam de uma educação inclusiva. É indispensável ser muito criterioso com os diagnósticos, para entender realmente se é uma patologia, um transtorno ou apenas uma questão comportamental. Geralmente os alunos que mais buscam o atendimento psicológico no âmbito escolar, são os pré-vestibulandos para tirarem dúvidas acerca da ansiedade gerada pelo Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) ou para fazer teste vocacional, considerando que há dúvidas em qual área profissional atuar.
Desta forma, são feitas rodas de conversas sobre temas específicos para entender que a ansiedade pode se tornar um transtorno e atrapalhar o desenvolvimento durante as provas. A ideia é trabalhar com técnicas que eles possam usar para controlar isso e, dependendo do caso, encaminhar para outros profissionais.

06. DIAGNSTICO DA REALIDADE

Observou-se que a instituição apesar de ser bem estruturada têm uma deficiência em relação a dar conta de todas as demandas, por conta da grande quantidade de alunos para uma única psicóloga intervir.

07. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, faz-se necessário intervir de forma a conscientizar alunos, professores, pais e colaboradores acerca da importância do psicólogo escolar, a fim de quebrar resistências e estigmas existentes neste ambiente em relação ao contexto discutido. Assim, quando se pensa em educação, é necessário pensar também na educação de sentimentos ou na expressão e no manejo desses. Devido ao seu poder propagador e multiplicador, espera-se que escola ensine às pessoas que ali estudam a lidar com suas emoções e com suas dificuldades, a respeitar as diferenças, a aprender a conviver, a socializar, a dividir, a compartilhar, a canalizar sua agressividade, enfim, a se relacionar de forma saudável, o que não ocorre em episódios de bullying. É preciso que os professores cedam lugar, em suas aulas, à expressão do afeto, à educação dos sentimentos e à valorização das relações de amizade.















REFERÊNCIAS

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terça-feira, 3 de outubro de 2017

INTRODUÇÃO À PRATICA PSICOTERAPÊUTICA


A entrevista inicial

A primeira entrevista é geralmente uma situação amedrontadora, tanto para o cliente quanto para o terapeuta principiante. É um momento de avaliação mútua no qual ambos estarão extremamente preocupados em relação àquilo que o outro pensa.
Os clientes geralmente não se sentem à vontade quando se trata de pedir ajuda a um profissional, mostrando-se tão ansiosos com relação a este fato quanto a respeito dos próprios problemas. Iniciam a primeira entrevista com uma grande variedade de medos e expectativas, muitos dos quais são bastante exagerados. Estes medos expectativas que o seu cliente traz para as sessões iniciais poderão exercer um efeito poderoso sobre você. A amplitude dos problemas poderá aumentar seu sentimento de inadequação e ignorância. Que se somará à pressão já recebida no sentido de responder de forma compreensiva e ajudar.A exigência de fazer algo se torna uma preocupação fundamental, que leva prematuramente o estudante a aconselhar, dar apoio ou estabelecer um plano de ação.
Alguns clientes irão procurá-lo sem saber a razão pela qual estão intranqüilos; poderão estar muito emocionados, confusos, temerosos e calados. Nestas situações mais difíceis, poderá ser necessário que você tranqüilize a pessoa demonstrando sua compreensão, preocupação e aceitação, e dando à entrevista alguma estrutura, antes de tentar discutir os problemas específicos que levaram a pessoa a procurá-lo.
Os clientes geralmente começam a falar de seus problemas e não conseguem continuar porque a experiência de simplesmente dizer a outra pessoa aquilo que os incomoda é, em si mesma, uma experiência extremamente perturbadora. É comum que um cliente chore logo no início da entrevista, e isto é algo que deve ser esperado por você. Nestas ocasiões, é melhor atuar dando compreensão, apoio e aceitação, e não procurar forçar a coleta de informações, a menos que o cliente o faça por si mesmo. Se este padrão persistir ao longo da entrevista, talvez seja necessário adotar a estratégia de instigar o aparecimento dos dados.
Outros clientes apresentar-se-ão com preocupações específicas ou listas de problemas que poderão interferir na coleta de informações da entrevista.


Consulta a terceiros

A fase de avaliação da psicoterapia envolve frequentemente a realização de consultas a outros profissionais ou agências envolvidas com seu cliente. A obtenção de informações relevantes sobre um cliente junto a outras pessoas, e sua utilização criteriosa e justa é uma habilidade que requer consideráveis experiências e discernimento clínico.
Há muitas razões para a consulta a terceiros como fonte de informação sobre seu cliente. Pode ser extremamente útil para seu planejamento de tratamento discutir com o terapeuta anterior do cliente as impressões desse terapeuta, os objetivos e progresso da terapia e a razão para a interrupção. Além disso, a ética da maioria das profissões determina que você deverá ter em mãos tantas informações quanto possível sobre seu cliente. Outras opiniões profissionais são consideradas exclusivamente informativas e deverão ser obtidas e avaliadas. Além disso, você poderá ser responsabilizado se algo imprevisto ocorre ao seu cliente durante o tratamento e você não procedeu à consulta que poderia fornecer informações relevantes.
Você não deverá revelar nenhum fato a respeito do seu cliente, nem mesmo seu nome, sem autorização por escrito. Pedir ao seu cliente que assine uma autorização  de fornecimento de informações de modo a possibilitar a consulta a pessoa que o tratou anteriormente é, muitas vezes, uma situação delicada e complexa. Apesar de acreditar que as informações são importantes, você não pretende prejudicar seu relacionamento com o cliente, exacerbando as preocupações deste com a confidencialidade. Esta é uma possibilidade real, especialmente nas fases iniciais da terapia.

sábado, 30 de setembro de 2017

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o que fora exposto, pode-se concluir que, tendo como base teórica a Teoria Cognitiva-Comportamental, fez-se necessário apresentar a conceituação cognitiva do personagem Nemo, baseado nos dados relevantes da infância do paciente para que o mesmo possa ter uma melhor compreensão de si, e para que o terapeuta alcance a crença central do paciente.

No que concerne o tratamento, vislumbrou-se a real necessidade de trabalhar com o paciente alguns aspectos de suas emoções, onde há inter-relação com sua crença central de desvalor.

Plano de Tratamento

Para trabalharmos a crença central de Nemo, que está relacionada ao desvalor, nós trabalharíamos com ele as emoções, cujo objetivo é desativar essa crença.
Usaríamos na intervenção um vídeo -sobre as emoções- para fazermos a psicoeducação das emoções; em seguida, usaríamos plaquinhas, onde cada plaquinha conteria uma emoção e pediríamos para que ele escolhesse uma que representasse a emoção que marcou uma situação na vida dele. A partir da escolha da plaquinha e do seu relato, pediríamos para que ele escolhesse outra plaquinha (ou a mesma) que ele sente mais dificuldade em expressar ou identificar nas outras pessoas. Diante de sua escolha, é entregue um diagrama para que ele escreva seu comportamento e a conseqüência que este comportamento causa na sua relação com as pessoas. A partir daí, o conscientizamos sobre seu comportamento e suas consequências, a fim de trabalharmos a dificuldade em identificar e expressar as emoções e a importância de expressar as emoções da forma adequada, visto que para conseguirmos o nosso objetivo de desativar sua crença de desvalor, é necessário que o Nemo tenha conhecimento de seus comportamentos e saiba identificar as emoções no outro, pois desta forma ele poderá enxergar outras dimensões e possibilidades, e assim reconhecer o seu valor.
Realizada as intervenções e observada as evoluções, dá-se início ao processo de alta ao cliente, visto que o mesmo aderiu e colaborou com o tratamento e sua crença central foi desativada.


Da entrevista de pesquisa à entrevista clínica: Do conteúdo ao processo.

 A entrevista ficou conhecida por integrar a lista de instrumentos utilizados em coletas de dados nas ciências sociais, inclusive na psicolo...